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A cura vem de dentro: uma visão integrativa da saúde

A cura vem de dentro: uma visão integrativa da saúde

26/03/2019

A frase “o corpo fala” faz sentido pra você? Provavelmente já ouviu muito ela por aí.

Mas o que isso quer dizer?

Podemos analisar essa questão em dois campos bem interessantes: um mais relacionado à comunicação, e outro à saúde. Em se tratando de comunicação, o corpo se expressa através de nossos gestos e expressões faciais (conhecida como comunicação não-verbal) muito mais do que pelas nossas palavras (comunicação verbal). Em porcentagem, estima-se que 93% compreende a não-verbal. Ou seja, estamos o tempo todo transmitindo o que estamos pensando ou querendo ao nosso meio exterior pelo nosso corpo, mesmo que inconscientemente não saibamos disso, ou não falemos nada.

Sabe aquela história: “eu falo uma coisa e faço outra”? Explica bem o que está sendo abordado nesse assunto. Expressar-se em palavras pode ser muito difícil para muitos, por certos traumas, medos, timidez, entre outros. Então, para se proteger, a mente bloqueia algumas falas de serem ditas, e a pessoa acaba guardando aquilo para si. Contudo, o corpo não tem a manipulação da mente. Se algo que sentimos ou queremos dizer fica muito em conflito com nossas ações, o corpo pode expressar-se (com gestos e expressões) de maneira contraditória, gerando uma dupla mensagem em uma conversa importante, por exemplo, gerando situações desagradáveis. Várias questões complicadas e tensas poderiam ser resolvidas com um diálogo mais claro e verdadeiro, por isso é de extrema importância que conheçamos o nosso eu interior, nossos reais desejos e opiniões, aceitando o que vem de dentro para que possamos expressar por meio de palavras de modo mais coerente com quem realmente somos, e gerar relações mais saudáveis.

Além do nosso corpo por gestos muitas vezes expressar o que está no nosso subconsciente, ele também se expressa por meio de sintomas, e é nesse ponto que quero chegar quando escrevi no título: a cura vem de dentro. A palavra somatização também vem sendo difundida por ai, mas aqui quero descrever através de algumas teorias, como nosso organismo responde de fato a uma emoção, levando-o por fim a adoecer.

Primeiramente, somatização se refere a uma ou várias queixas físicas que, em sua investigação diagnóstica, não se encontra uma causa aparente. E isso não quer dizer que a doença “é da cabeça da pessoa”, ou seja, que esses sintomas somatizados são loucura ou frescura de quem os manifesta. O que acontece é que quando chega a nível físico, já existe algum desequilíbrio orgânico e o indivíduo não se sente bem, já atingiu níveis biológicos.

Mas como então um trauma ou emoção negativa pode levar a um transtorno físico? Aqui entra uma das teorias que mais explicam esses efeitos dentro dos meus estudos: A medicina germânica. Esse trabalho foi desenvolvido pelo médico oncologista Dr. Hamer. Após perder o filho subitamente em uma morte trágica, ele apresentou um câncer no testículo que o deixou intrigado. Devido ao fato, ele começou a estudar todos os seus pacientes que teriam passado por um conflito de perda e analisar suas tomografias, para ver no cérebro onde esse foco se desenvolvia. Com isso, resumidamente, chegou-se a teoria da tríade: Psique – cérebro – órgão. Explicando melhor como, por exemplo, uma perda dessas que o médico passou, influenciou para que desenvolvesse o câncer.

Vamos tomar por exemplo esse sentimento de perda. É uma sensação primitiva que nosso corpo cria.

No campo ‘psique’ temos então a perda. Como é primária, ela vai se comunicar com a região mais arcaica do nosso cérebro: o tronco cerebral, associado a situações de sobrevivência. Logo, a resposta se dará por meio dessa região cerebral, entrando no campo ‘cérebro’. Por fim, essa resposta tem que se manifestar em alguma região orgânica. Então, pela lógica dos fatos, atingirá um órgão primitivo, como no caso dele, os testículos, associados ao câncer.

Assim sendo, de acordo como percebemos uma situação, teremos uma emoção diferente. Se não a elaboramos muito bem, há toda uma resposta interligada para que chegue a efetivamente gerar um sintoma. Eis aqui a somatização vista por uma perspectiva mais biológica.

O que quero dizer com tudo isso, incluindo os estudos de comunicação não verbal e a parte da saúde integral é que, se não nos cuidamos de dentro para fora, estamos apenas tampando o sol com a peneira. Tratar a consequência pode aliviar o sintoma (e muitas vezes se busca apenas a parte medicamentosa, pois queremos alívio imediato), mas não muda a causa. O sintoma pode cessar, mas ele tende a se repetir, e os sentimentos sórdidos que estão lá no seu mais profundo ser e que te assolam, continuarão lá.

Por meio do autoconhecimento, temos acesso às nossas informações mais primordiais e aprendemos a lidar com nossas sombras, nos libertando de fardos, padrões e situações que nos fazem mal, melhorando de forma diretamente proporcional a nossa saúde.

A Microfisioterapia, a Constelação Familiar, o Reiki, dentre outras técnicas integrativas, busca, até juntamente aos medicamentos, tratar a causa, trazer o que precisa ser resolvido à tona e solucionar, considerando os níveis psíquico, biológico e emocional do ser humano!

Busque se conhecer, se cuidar, ir além! A cura vem de dentro!

Por Gabriella Moraes de Oliveira

Fisioterapeuta pela USP Ribeirão Preto

Microfisioterapia, Constelação Familiar Individual e Desenvolvimento Humano